segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A escolha do nome próprio - O que os pais deverão ter em consideração

O nome é a identificação de um indivíduo para toda a vida. A sua escolha é um ato de amor pelos pais. Mas deverá ser uma decisão ponderada, para que a criança, depois adolescente e mais tarde adulto, o use com alegria e orgulho e tenha prazer em o ouvir pronunciar.



A identificação:

O nome próprio (de baptismo, prenome ou antropónimo) é a identificação de um indivíduo perante a sociedade toda a vida. Ele causará a primeira impressão.
O(s) prenome(s) deve(m) “casar bem” com os apelidos (nomes de família, sobrenomes), provocando ritmo e sonoridade agradáveis.

Algumas noções históricas:

O objetivo do antropónimo varia de cultura para cultura e de níveis sociais e foi mudando ao longo da História das civilizações.
Para os gregos, deveria representar uma metáfora (Helena, brilho do sol), uma característica física (Platão, largo de ombros) ou uma qualidade (André, viril, Filipe amigo de cavalos). Para os romanos (latim), evocava um destino desejado (Vicente, vencedor), a ordem de nascimento (Octávio, oitavo) ou uma característica física (Cláudio, coxo).
Em Portugal predominam os nomes com origem no latim, grego, germânico (Ema, Guilherme) e hebraico (David, Ester).



Problemas que os nomes podem vir a acarretar:

É importante que os pais optem por um nome de que gostem. Mas devem pensar não apenas no bebé, também na criança, no adolescente e no futuro adulto. 
Nomes para os pais, “únicos e originais” serão “estranhos”, “ridículos” e motivo de troça pelos colegas, pares, sociedade.
A futura aceitação (ou não) do nome pelo próprio indivíduo, poderá vir a constituir um fator social positivo ou negativo. “Os nomes não condicionam, mas influenciam as crianças,…”.

Fontes de inspiração / desinspiração:

Por vezes a escolha baseia-se no nome próprio ou ser um patronímico (nome derivado do nome dos pais; exemplo Heráclidas, filho de Hércules) de um parente respeitado, que poderá estar em desuso ou ser pouco simpático. 
Noutras é influenciada por personagem célebre da História, vida política, romance (Cinderela), filme ou telenovela. 
Muitas celebridades passam depois a ter conotações pouco simpáticas, pela que essa escolha condicionará que as crianças, futuros adolescentes e futuros adultos tenham de conviver com a “sombra” e o “peso desse nome”.

Sonoridade: 

Será fundamental atender à sonoridade do nome completo. Os pais devem ensaiar, proferindo em voz alta, a ligação do(s) antropónimo(s) e dos apelidos de família. Deverá verificar-se se há ou não redundância e/ou dificuldade em soletrar alguns nomes devendo evitar-se essas associações perturbadoras: exemplo Fernando Fernandes.

Trocadilhos

Deve evitar-se a criação de potenciais jogos de palavras. Exemplo João Pedro Passos Dias Aguiar, onde bastaria omitir ou substituir o Dias.

Compreensão:

Deve evitar-se nomes difíceis de pronunciar ou de escrever, para prevenir embaraços. Por exemplo Hermenegildo, confundido com Ermegildo, Ermenegildo.

Diminutivos:

Um diminutivo expressa a ideia de pequenez, em regra usado com intenção carinhosa pelos pais e amigos. Um nome próprio pequenez, trará inevitavelmente embaraços ao adolescente e ao adulto, devendo ser evitados.

Nomes de Irmãos:

Aos irmãos não devem ser dados os mesmos antropónimos, nem nomes com semelhante sonoridade. Nomes como João Miguel, João Daniel, inevitavelmente irão ocorrer algumas confusões.

A família migrante

As famílias que imigram ou emigram deveriam escolher antropónimos para os filhos quase universais. Evitarão constrangimentos e dificuldades da pronúncia, sonoridade escrita. São exemplos: Alice, Olívia, Maria, Emanuel, Xavier.

Normas para atribuição do nome a um recém-nascido:

O nome do recém-nascido é escolhido pelos pais de mútuo acordo e deve compor-se, no máximo, de seis vocábulos gramaticais, simples ou compostos, devendo um a dois corresponder a nomes próprios e dois a quatro a apelidos.
Em Portugal os nomes próprios devem ser portugueses e aceites pela onomástica (lista dos nomes próprios) portuguesa ou adaptados gráfica e foneticamente à Língua Portuguesa. E não devem suscitar dúvidas acerca do sexo.
Os apelidos devem ser adoptados dos pais, ou a só dum deles, ou um outro apelido a que tenha legalmente direito.


Bibliografia:

  1. Belo, Ana. Mil e Tal Nomes Próprios. A Magia dos Nomes. Cascais, ArtePlural edições, 2002.
  2. Ramos R. A Onomástica portuguesa. Pense duas vezes antes de dar um nome bizarro ao seu filho, http://ionline.pt/interior/index.php?p=news-print&idNota=24277.
  3. http://www.meusparentes.com.pt/centro-de.informacoes/nomes-proprios-e-o-seu-significado.
  4. Agustini, G. Onze dicas para escolher os nomes de bebés, http://bebe.abril.com.br/nomes 
  5. Oliveira, V. O fardo que pode ser um nome, familia.sapo.pt/articles/saber_viver.
  6. http://bebes.com.pt/nomes_bebes.
  7. http://brasi.babycenter.com/pregancy/nome/como-escolher.
  8. http://www.portaldocidadao.pt.