A doença boca, mãos e pés é uma doença banal, em regra muito benigna, que cura espontaneamente em menos de uma semana.
Uma vez que o contágio persiste durante algumas semanas após a cura da doença, a retirada da criança do estabelecimento não irá impedir a propagação do vírus às restantes crianças.
Apenas as crianças incapazes de participar nas atividades do grupo ou as que manifestarem significativo desconforto devem ser sujeitas a evicção da creche ou do estabelecimento de ensino.
I - Etiologia e
Manifestações Clínicas e Idade de Ocorrência:
É provocada por vírus Coxsackie, causando lesões nas mãos
incluindo as palmas, nos pés incluindo as plantas e na boca. Daí o nome (Fig 1,
2 e 3). As lesões são constituídas por pápulas (“borbulhas salientes) e/ou
vesículas (“borbulhas” contendo líquido) que podem romper.
Fig 1: Lesões periorais muito características e na boca
Fig. 2: Lesões palmares
Fig. 3: Lesões plantares
Outras manifestações clínicas possíveis são a febre (que ocorre
apenas em algumas crianças), dor garganta e recusa em comer.
Esta doença pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum até aos 10
anos.
II – Manifestações Clínicas Tardias:
Várias crianças que apanham esta doença surgem, algumas semanas depois, com descolamento e depois queda de várias unhas (onicomadese) (Figura 4).
Depois as unhas voltam a crescer completamente normais. Noutras crianças surgem apenas sulcos esbranquiçados transversais nas unhas
III – Período de Incubação e Período de Contágio:
O período de incubação é de 3 a 6 dias.
O contágio é feito pelas fezes e pelas secreções
respiratórias. Para além do período de doença, e mesmo após a cura, o vírus
continua a ser eliminado pelas fezes durante várias semanas e pelas secreções
respiratórias durante 1 a 3 semanas.
IV – Excluir a Criança Doente do Estabelecimento (Creche, Infantário, Escola)?
Em regra NÃO.
Sim se a criança for incapaz de participar nas atividades de
grupo ou manifestar claro desconforto.
A doença é muito benigna e não necessita de tratamento,
exceto antipiréticos para a febre. E é benéfico a criança adquirir imunidade
para estes vírus. Daí não ser incluída na lista oficial das doenças de evicção
escolar.
Uma vez que o contágio persiste durante algumas semanas após a cura da doença, a retirada da criança do estabelecimento não irá impedir a propagação do vírus às restantes crianças.
Bibliografia:
Aronson SS, Shope TR. Managing Infectious Diseases in Child
Care and Schools. A Quick Reference Guide, 4th Edition; 2017:97-98 (publicado pela
Academia Americana de Pediatria)
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